Esse senhor aí, sentado na calçada da Avenida Guararapes, no Centro do Recife, foi a minha inspiração de ontem à tarde. Enquanto eu espera pelo carro do jornal, prestava atenção no movimento, no cotidiano. E fazia um exercício muito comum da literatura (embora eu não tenha a pretensão de ser escritora): imaginar. Viajar nas possibilidades de um desconhecido, anônimo. Qual era o nome, a idade, o estado civil, a memória desse senhor? Por que ele estava tão distraído com um livro de geografia? Sabia ler ou se entretinha com as figuras? Não se incomodava com a sujeira no chão ou o odor de xixi no canto da parede? Decidi fotografá-lo com o celular, para guardar a imagem e, talvez, escrever mais depois.
terça-feira, 13 de janeiro de 2009
Geografia da calçada
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