Essa surgiu de uma conversa com Claudemir, motorista do jornal, enquanto a gente "viajava" pela Avenida Agamenon Magalhães, ao encontro do "Sir Pepper" (personagem para um próximo post). Por ironia, aconteceu quase em frente ao prédio do Ministério do Trabalho e Emprego. Eu que puxei o papo com o colega.
- O cara espera o sinal fechar, para oferecer a pipoca. Mas nesse tempo que a gente parou aqui, uns 30 segundos, ele vendeu uma só. Recebeu R$ 5 para tirar R$ 0,50.
- E sabe quanto ele ganha mesmo, Ana? No máximo, estourando, uns R$ 0,10.
- Tu acha, Claudemir? Então ele tem que vender 50 pacotes para ganhar R$ 5, num dia?
- Isso se ele não trabalhar para outra pessoa, Ana. Esses caras maratonistas que correm no sinal vendendo bombom trabalham para outras pessoas, sabia?
- Imagino que sim. Quem compra a mercadoria, né?
- Oxe, pior é o jornaleiro. Tem sorte aquele que consegue vender dez jornais por dia. Em cada um ele ganha uma comissão de R$ 0,30.
- (pensei comigo mesma, resguardando as devidas proporções: pronto, é jornaleiro e jornalista).
Ps: recorri a uma matéria que fiz em 2006, para reforçar o que eu, Claudemir e todo mundo assiste nas ruas. Foi mais ou menos isso: no período de 1995 a 2005, o desemprego da população de jovens com idade de 15 a 24 anos cresceu mais do que nas demais faixas etárias. A Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios (Pnad) do IBGE registra que, em 2005, a quantidade de jovens sem emprego era quase 107% superior a de 1995. Para o resto da população, o desemprego foi 90,5% superior nos últimos 10 anos.
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Um comentário:
Poxa Ana, eu mal entrei na Facul e você já tá dizendo que jornalista se lasca...
deixa eu sonhar um pouquinho mais!!!
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