segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Balzac e a costureirinha chinesa

Tem coisa melhor do que catar um filme na locadora e ser surpreendido com um título que paga cada centavo? Você vai dizer que sim - e eu hei de concordar. Mas deixa eu pensar que tirei a sorte grande, quando aceitei a dica de uma amiga para alugar Balzac e a costureirinha chinesa. Ela, minha amiga, atirou no que viu - a sinopse na contracapa - e acertou no que não viu - um filme arretado baseado no romance homônimo do chinês Dai Sijie. E antes que alguém diga que estou mais por fora do umbigo de vedete, admito que não sabia da indicação do título ao Globo de Ouro 2003 de melhor filme estrangeiro. Bom, o ambiente do filme é a China do final dos anos 60, quando o líder chinês Mao Tse-Tung lança a Revolução Cultural, que transforma radicalmente a vida do país. Entre outras medidas duras, é banida das bibliotecas e casas chinesas qualquer literatura ocidental. Até livro de culinária representa ameaça. Mas, para toda história de opressão, tem sempre alguém para contrariar a ordem. Nesse caso, são três adolescentes - entre eles a costureirinha da montanha onde jovens são reeducados, digamos assim, pelo Exército Vermelho de Mao. Nas entocas, ela aprende a ler e, de tanto viajar em Balzac, especialmente na história de Ursule Mirouët, se dá outro destino, cria outra possibilidade para a sua vida ordinária. Tudo contado com delicadeza, bom humor e romantismo sobre uma realidade castradora. O final... bem, o final está no livro e no DVD, que peguei na Blockbuster, por R$ 4.

Mais sobre o romance, o autor Dai Sijie (que na vida real foi submetido a essa "reeducação") e o filme: http://www.objetiva.com.br/objetiva/cs/?q=node/406

3 comentários:

Anônimo disse...

Deixa eu deixar uma sugestão bem desprentensiosa, então, aproveitando o embalo: Fonte da Vida, de Darren Aronofsky.

mini beijo.

ps: tamos aí pro carnaval, hein?

Patricia Melo disse...

O filme é lindo mesmo. Tenta assistir "Quem tá falando", com Eliane e Chico Lopes. Esqueci o nome do diretor.

bjos

Ana Braga disse...

Eita, danou-se. Esse filme terei que catar na muvuca do centrão, no Cais de Santa Rita.O diretor não é aquele Simião Martiniano, dublê de camelô nas horas vagas?