domingo, 7 de março de 2010

hola, estraño

Ele nunca soube da foto que fiz sua, naquele fim de tarde em Buenos Aires. Eu também nunca soube que nome ele tinha. Aonde ia com o violão? Que música faria? Por que andava de cabeça baixa? Cordas são fundamentais ao tango, foi o máximo que eu conclui. E ficamos ambos assim, desconhecidos e ligados por um instante, uma combinação (fortuita, diga-se de passagem) de abertura 8.0 com velocidade 25. Arte no ocaso. Acaso raro. Desde daquele dia de outubro, já tive vontade de alugar um outdoor gigante, naquela mesma praça. Quem é você?, seria a legenda. Já pensei também se ainda estaria vivo, se conheceria Baden Powell, se gostaria de se ver nesta foto, se, se, se... Hoje, prefiro que fique assim, sem nome, sem respostas. Um estranho numa foto.
E minha imaginação inteira para preencher.

Ps: ouvi dizer que, do espanhol para o português, "te estraño" significa estou com saudade. Não é... estranho? 

3 comentários:

Nina disse...

sensacional!!!!

Acalantis disse...

Conjunção condicional. Gratos são os momentos em que não nos subordinamos a ela.

Anônimo disse...

cada vez que leio um post fico mais apaixonada por vc. Tenho medo de seguir adiante..rs.Beijo da menina.