De cima, a chuva.
E da janela eu via
os carros em fila dupla,
andando na contramão.
Quem tinha direito não ia.
Quem errava não percebia
que a vida também é vaivém.
E a todos cobra passagem.
Ps: Cena desta sexta-feira chuvosa. Paisagem à porta de um shopping center do Recife, em dia de promoção.
sexta-feira, 30 de janeiro de 2009
Da janela eu via
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segunda-feira, 26 de janeiro de 2009
Balzac e a costureirinha chinesa

Mais sobre o romance, o autor Dai Sijie (que na vida real foi submetido a essa "reeducação") e o filme: http://www.objetiva.com.br/objetiva/cs/?q=node/406
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sexta-feira, 23 de janeiro de 2009
Bloco do eu sozinho

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quinta-feira, 22 de janeiro de 2009
Do caderno de Saramago
Donde?
Janeiro 20, 2009
by José Saramago
"Donde saiu este homem? Não peço que me digam onde nasceu, quem foram os seus pais, que estudos fez, que projecto de vida desenhou para si e para a sua família. Tudo isso mais ou menos o sabemos, tenho aí a sua autobiografia, livro sério e sincero, além de inteligentemente escrito. Quando pergunto donde saiu Barack Obama estou a manifestar a minha perplexidade por este tempo que vivemos, cínico, desesperançado, sombrio, terrível em mil dos seus aspectos, ter gerado uma pessoa (é um homem, podia ser uma mulher) que levanta a voz para falar de valores, de responsabilidade pessoal e colectiva, de respeito pelo trabalho, também pela memória daqueles que nos antecederam na vida. Estes conceitos que alguma vez foram o cimento da melhor convivência humana sofreram por muito tempo o desprezo dos poderosos, esses mesmos que, a partir de hoje (tenham-no por certo), vão vestir à pressa o novo figurino e clamar em todos os tons: “Eu também, eu também.” Barack Obama, no seu discurso, deu-nos razões (as razões) para que não nos deixemos enganar. O mundo pode ser melhor do que isto a que parecemos ter sido condenados. No fundo, o que Obama nos veio dizer é que outro mundo é possível. Muitos de nós já o vinhamos dizendo há muito. Talvez a ocasião seja boa para que tentemos pôr-nos de acordo sobre o modo e a maneira. Para começar".
Ps: copiei o texto do blog Caderno de Saramago, feito pelo próprio prêmio Nobel. O endereço completo é http://caderno.josesaramago.org/
Janeiro 20, 2009
by José Saramago
"Donde saiu este homem? Não peço que me digam onde nasceu, quem foram os seus pais, que estudos fez, que projecto de vida desenhou para si e para a sua família. Tudo isso mais ou menos o sabemos, tenho aí a sua autobiografia, livro sério e sincero, além de inteligentemente escrito. Quando pergunto donde saiu Barack Obama estou a manifestar a minha perplexidade por este tempo que vivemos, cínico, desesperançado, sombrio, terrível em mil dos seus aspectos, ter gerado uma pessoa (é um homem, podia ser uma mulher) que levanta a voz para falar de valores, de responsabilidade pessoal e colectiva, de respeito pelo trabalho, também pela memória daqueles que nos antecederam na vida. Estes conceitos que alguma vez foram o cimento da melhor convivência humana sofreram por muito tempo o desprezo dos poderosos, esses mesmos que, a partir de hoje (tenham-no por certo), vão vestir à pressa o novo figurino e clamar em todos os tons: “Eu também, eu também.” Barack Obama, no seu discurso, deu-nos razões (as razões) para que não nos deixemos enganar. O mundo pode ser melhor do que isto a que parecemos ter sido condenados. No fundo, o que Obama nos veio dizer é que outro mundo é possível. Muitos de nós já o vinhamos dizendo há muito. Talvez a ocasião seja boa para que tentemos pôr-nos de acordo sobre o modo e a maneira. Para começar".
Ps: copiei o texto do blog Caderno de Saramago, feito pelo próprio prêmio Nobel. O endereço completo é http://caderno.josesaramago.org/
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terça-feira, 20 de janeiro de 2009
Obama no Recife
God bless you, dear president.
Ps: acho que os créditos do grafite são A.R. Florim e Luther Foxy. Se alguém identificar os artistas, pode me corrigir.
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sábado, 17 de janeiro de 2009
Paulinho da Viola, com carinho



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sexta-feira, 16 de janeiro de 2009
Subumano é exclusão
Pensamento de mesa de bar... Leio e releio o guia de O Estado de São Paulo da nova ortografia do português. Continuo achando danado tirar o acento agudo de ideia, por exemplo. Dói mesmo fazer isso. Mas um detalhe entre as regras é mais curioso: subumano, que era sub-humano. A nova norma para hífen diz que a gente não deve usar o sinal gráfico "quando o primeiro elemento terminar com vogal e o segundo começar com consoante, exceto o h". Por que subumano tem uma "lei própria", digamos assim? Subumano é exceção na língua e exclusão na vida.
Ps: SUBUMANO Adj. 1. Que está abaixo do nível humano. 2. Desumano, inumano. Fonte: Larousse Dicionário da Língua Portuguesa.
Ps: SUBUMANO Adj. 1. Que está abaixo do nível humano. 2. Desumano, inumano. Fonte: Larousse Dicionário da Língua Portuguesa.
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Meu vizinho é um espigão
Foto: Ricardo Fernandes, 21 de novembro de 2008.
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terça-feira, 13 de janeiro de 2009
Geografia da calçada

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A poesia do coronel Leandro
Reproduzo aqui alguns dos emails que troquei com o diretor da Funase (antiga Fundac) do município do Cabo, o coronel Severino Leandro. No último domingo, ele e a equipe comemoraram um ano e sete meses sem rebelião na unidade prisional, que tem 366 internos, quando a capacidade é para 132.
On Mon, 12 Jan 2009 12:29:33 +0300, Leandro wrote
Olá, Ana Braga, é com muita satisfação que recebo seu e-mail. É bem possível desenvolver um tema nesse sentido, pois o escritor Dráuzio Varella, em seu livro Estação Carandiru, fala que o ser humano ao perder a liberdade aflora o sentimento de infantilidade. Ao ser privado de liberdade a auto-estima vai a zero e a família . na maioria das vezes, passa a ser o único reduto e a mãe normalmente torna-se lembrada como pessoa mais importante em sua vida. Na minha Unidade eu valorizo sempre, sempre a figura maternal e tenho obtido resultados satisfatórios. Tenho uma citação de minha autoria : "É porque Deus não quis discriminar as mulheres, mas as lágrimas de sofrimento de uma mãe deveriam ser vermelhas. " Quando estamos em apuros é como se o mundo-útero viesse à tona e a mãe passa a se qualificar como o elemento primordial numa possível recuperação do sser. Um grande abraço. Cel Leandro.
From: Ana Braga (DP)
To: Leandro
Subject: RE: de Ana Braga; Diario de Pernambuco
Date: Mon, 12 Jan 2009 12:05:33 -0300
Cel Leandro, mais uma vez tenho a certeza de que conheci um homem decente e sensível ao humano e suas consequências (sem tremas para seguir a nova regra ortográfica, né?). Voltarei a procurá-lo e a assessoria de imprensa, para produzir essa pauta.
Date: Tue, 13 Jan 2009 03:10:27 +0300
From: Leandro
To: Ana Braga(DP)
Subject: RE: de Ana Braga; Diario de Pernambuco
Olá, Ana Braga. Sempre ao seu inteiro dispor para levar à sociedade notícia de que é possível mudar pessoas. Antônio Carlos - escritor mineiro -, em um de seus livros A Pedagogia da Presença deixa bem claro que é preciso ter a linguagem e se aproximar do sentimento de quem perdeu a liberdade para obter resultados. Nesse último domingo tive a satisfação de comemorar um ano e sete meses sem rebelião na minha Unidade. Devo isso à equipe que faz um trabalho com dedicação e longe do emprego da violência. Costumo dizer que a violência é o argumento dos que não tem razão. Um grande abraço, Cel Leandro.
Ps: deixo aqui um link da matéria Quando Respirar é a Única Liberdade, feita na Funase do Cabo. Foi uma experiência, no mínimo, sufocante. http://www.diariodepernambuco.com.br/2008/11/18/urbana6_0.asp
On Mon, 12 Jan 2009 12:29:33 +0300, Leandro wrote
Olá, Ana Braga, é com muita satisfação que recebo seu e-mail. É bem possível desenvolver um tema nesse sentido, pois o escritor Dráuzio Varella, em seu livro Estação Carandiru, fala que o ser humano ao perder a liberdade aflora o sentimento de infantilidade. Ao ser privado de liberdade a auto-estima vai a zero e a família . na maioria das vezes, passa a ser o único reduto e a mãe normalmente torna-se lembrada como pessoa mais importante em sua vida. Na minha Unidade eu valorizo sempre, sempre a figura maternal e tenho obtido resultados satisfatórios. Tenho uma citação de minha autoria : "É porque Deus não quis discriminar as mulheres, mas as lágrimas de sofrimento de uma mãe deveriam ser vermelhas. " Quando estamos em apuros é como se o mundo-útero viesse à tona e a mãe passa a se qualificar como o elemento primordial numa possível recuperação do sser. Um grande abraço. Cel Leandro.
From: Ana Braga (DP)
To: Leandro
Subject: RE: de Ana Braga; Diario de Pernambuco
Date: Mon, 12 Jan 2009 12:05:33 -0300
Cel Leandro, mais uma vez tenho a certeza de que conheci um homem decente e sensível ao humano e suas consequências (sem tremas para seguir a nova regra ortográfica, né?). Voltarei a procurá-lo e a assessoria de imprensa, para produzir essa pauta.
Date: Tue, 13 Jan 2009 03:10:27 +0300
From: Leandro
To: Ana Braga(DP)
Subject: RE: de Ana Braga; Diario de Pernambuco
Olá, Ana Braga. Sempre ao seu inteiro dispor para levar à sociedade notícia de que é possível mudar pessoas. Antônio Carlos - escritor mineiro -, em um de seus livros A Pedagogia da Presença deixa bem claro que é preciso ter a linguagem e se aproximar do sentimento de quem perdeu a liberdade para obter resultados. Nesse último domingo tive a satisfação de comemorar um ano e sete meses sem rebelião na minha Unidade. Devo isso à equipe que faz um trabalho com dedicação e longe do emprego da violência. Costumo dizer que a violência é o argumento dos que não tem razão. Um grande abraço, Cel Leandro.
Ps: deixo aqui um link da matéria Quando Respirar é a Única Liberdade, feita na Funase do Cabo. Foi uma experiência, no mínimo, sufocante. http://www.diariodepernambuco.com.br/2008/11/18/urbana6_0.asp
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sexta-feira, 9 de janeiro de 2009
Que trabalho dignifica o homem?
Essa surgiu de uma conversa com Claudemir, motorista do jornal, enquanto a gente "viajava" pela Avenida Agamenon Magalhães, ao encontro do "Sir Pepper" (personagem para um próximo post). Por ironia, aconteceu quase em frente ao prédio do Ministério do Trabalho e Emprego. Eu que puxei o papo com o colega.
- O cara espera o sinal fechar, para oferecer a pipoca. Mas nesse tempo que a gente parou aqui, uns 30 segundos, ele vendeu uma só. Recebeu R$ 5 para tirar R$ 0,50.
- E sabe quanto ele ganha mesmo, Ana? No máximo, estourando, uns R$ 0,10.
- Tu acha, Claudemir? Então ele tem que vender 50 pacotes para ganhar R$ 5, num dia?
- Isso se ele não trabalhar para outra pessoa, Ana. Esses caras maratonistas que correm no sinal vendendo bombom trabalham para outras pessoas, sabia?
- Imagino que sim. Quem compra a mercadoria, né?
- Oxe, pior é o jornaleiro. Tem sorte aquele que consegue vender dez jornais por dia. Em cada um ele ganha uma comissão de R$ 0,30.
- (pensei comigo mesma, resguardando as devidas proporções: pronto, é jornaleiro e jornalista).
Ps: recorri a uma matéria que fiz em 2006, para reforçar o que eu, Claudemir e todo mundo assiste nas ruas. Foi mais ou menos isso: no período de 1995 a 2005, o desemprego da população de jovens com idade de 15 a 24 anos cresceu mais do que nas demais faixas etárias. A Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios (Pnad) do IBGE registra que, em 2005, a quantidade de jovens sem emprego era quase 107% superior a de 1995. Para o resto da população, o desemprego foi 90,5% superior nos últimos 10 anos.
- O cara espera o sinal fechar, para oferecer a pipoca. Mas nesse tempo que a gente parou aqui, uns 30 segundos, ele vendeu uma só. Recebeu R$ 5 para tirar R$ 0,50.
- E sabe quanto ele ganha mesmo, Ana? No máximo, estourando, uns R$ 0,10.
- Tu acha, Claudemir? Então ele tem que vender 50 pacotes para ganhar R$ 5, num dia?
- Isso se ele não trabalhar para outra pessoa, Ana. Esses caras maratonistas que correm no sinal vendendo bombom trabalham para outras pessoas, sabia?
- Imagino que sim. Quem compra a mercadoria, né?
- Oxe, pior é o jornaleiro. Tem sorte aquele que consegue vender dez jornais por dia. Em cada um ele ganha uma comissão de R$ 0,30.
- (pensei comigo mesma, resguardando as devidas proporções: pronto, é jornaleiro e jornalista).
Ps: recorri a uma matéria que fiz em 2006, para reforçar o que eu, Claudemir e todo mundo assiste nas ruas. Foi mais ou menos isso: no período de 1995 a 2005, o desemprego da população de jovens com idade de 15 a 24 anos cresceu mais do que nas demais faixas etárias. A Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios (Pnad) do IBGE registra que, em 2005, a quantidade de jovens sem emprego era quase 107% superior a de 1995. Para o resto da população, o desemprego foi 90,5% superior nos últimos 10 anos.
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