terça-feira, 24 de março de 2009

A língua das mariposas

Aos poucos vou desmanchando a proposta inicial desse blog de só falar da vida dos outros. Aqui mesmo quero falar da minha. De um filme que vi nessa semana, chamado A Língua das Mariposas. Entre vários momentos sublimes do título espanhol (La Lengua de Las Mariposas, 2005) dirigido por José Luis Cuerda, um colou mais no meu juízo. Foi exatamente a história que dá nome ao filme. Eu não sabia - ou não lembrava das aulas de ciências - que as mariposas têm a língua em espiral, ou, como ensina o "maestro" Don Gregório ao menino Moncho na mínima sala de aula do vilarejo incrustado na Guerra Civil espanhola, têm a tromba em espiral. É assim porque se enrola e desenrola para alcançar o néctar das flores. E ninguém consegue vê-la. Imagino que seja uma simbologia riquíssima para a psicanálise. Aquela coisa do desejo oculto, de uma situação em segredo, sei lá. O espiral, para mim, parece mesmo é com o pensamento da gente. Ora está para fora, ora está para dentro de um jeito que nem o mais poderoso microscópio do mundo pode captar.

Ps: o menino Moncho também aprende que o tilonorrico, pássaro australiano, enfeita o ninho com orquídea para atrair a fêmea.

2 comentários:

Plante Arvores disse...

"E ninguém consegue vê-la". consegue sim, Ana. eu via qdo era criança e gostava de pegá-las e ficar observando. até ganhei um "pegador de borboletas" (sim, borboletas tb tem trombas, rsrs) do meu vô. aquelas redes com um pau, que serve pra capturar as voadoras :)

adorei esses últimas tres postagens.

bjks

Laurita disse...

Adorei a associação "psicanalítica" q vc fez...as mariposas...os desejos...a Natureza...nossa alma...crianças...mestres... ensinamentos!!! Agora posso tentar entender um pouco mais sobre a língua das mariposas-rsss. Linda postagem, o FILME deve ser muito BELO. "Estórias ORDINÁRIAS, contadas com AMOR EXTRAORDINÁRIO".